segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Natal: Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade

A grande maravilha do Natal está em que Deus se fez presente entre nós, descendo à fragilidade e total dependência de um recém-nascido, por amor à humanidade. Isso me fascina.

Tão grande lição de humildade e desprendimento devemos levar e perseguir no nosso dia-a-dia sempre.

E quão grande alegria é saber que nossa espécie humana foi dignificada, ao ter encarnada em si, o próprio Deus.

Se Deus foi tão humilde a ponto de descer à nossa natureza humana,, por que nós, humanos, tão menores que somos, nos envaidecemos por coisas fúteis? E, se, como espécie humana, fomos dignos de recebê-lo entre nós, por que fazemos tanto mal ao nosso próprio corpo? E por que nos entristecemos e aborrecemos por questões tão passageiras, diante de um Deus que nunca passa?

Compartilho um texto, do Papa Leão Magno, século V, para reflexão (distribuído no missal da Paróquia de Santo Antônio de Lisboa).

"Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não deve haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade.
Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. A causa da alegria é comum a todos, porque nosso Senhor, vencedor do pecado e da morte, não tendo encontrado ninguém isento de culpa, veio libertar a todos. Exulte o justo, porque se aproxima a vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida.
Quando chegou a plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis desígnios divinos, o Filho de Deus assumiu a natureza do ser humano para reconciliá-lo com o seu Criador, de modo que o demônio, autor da morte, fosse vencido pela mesma natureza que antes vencera.
Eis porque, no nascimento do Senhor, os anjos cantam jubilosos: Glória a Deus nas alturas; e anunciam: Paz na Terra aos homens de boa vontade (Lucas 2, 14). Eles veem Jerusalém celeste ser formada de todas as nações do mundo. Diante dessa obra inexprimível do amor divino, como não devem alegrar-se os homens e as mulheres, em sua pequenez, quando os anjos, em sua grandeza, assim se rejubilam?
Amados filhos, demos graças ao Deus Pai, por seu Filho, no Espírito Santo; pois, na imensa misericórdia com que nos amou, compadeceu-se de nós. E quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo (Efésios 2,5) para que fôssemos nele uma nova criação, nova obra de suas mãos.
Despojemo-nos, portanto, da velha criatura com seus atos; e tendo sido admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne.
Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra-te de que cabeça e de que corpo és membro. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas e levado para a luz e o reino de Deus.
Pelo sacramento do batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande hóspede, não recaias sob jugo do demônio, porque o preço da tua salvação é o sangue de Cristo".
(Grifos nossos)

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